Frank Wyllys

Quem conhece bem a história da internet sabe que a Google é uma empresa que nasceu e cresceu junto com ela. No início, quando já estava bem consolidada na rede e tinha uma reputação a seu serviço de busca, o que dominava os usuários era o resultado de suas buscas. Na internet, a moda, as ações, as tendências, paticamente tudo passava pelo filtro de buscas desta grande empresa, para que em suas buscas mostrar o que pode ser mais relevante. O que importava para o usuário fazendo uso de seus serviços era simplesmente aparecer nas primeiras páginas de resultados. A Google comandava.

Mas, de uns anos para cá as coisas mudaram, e mudaram demais. Sim a Google continua sendo o buscador mais usado no mundo, mas a internet se popularizou, e trouce consigo os estilos, os gostos, os hábitos dos novos usuários que estes não estavam anteriormente na rede. Hoje o que importa mais do que realizar uma simples busca para fazer um trabalho escolar é algo que nós, seres humanos fazemos de forma tão simples que nem é mais evidente: a interação.

Como trazer para esse mundo "novo" um hábito tão antigo dos seres humanos ( interação )?

Redes sociais. Esta é a resposta para a pergunta. Mas ela não surgiu do nada, como algo inovador. Foi preciso ela crescer junto com a crescente demanda de podermos nos comunicar nessa "nova" forma de tecnologia. Nessa hora cito a história mais exemplar: o Facebook.

O Facebook retrata muito bem o que quero passar a vocês. Nasceu como uma ideia, foi crescendo, foi expandindo, acabou caindo no gosto dos universitários. Depois deu um passo ambicioso: sair do ambiente universitário para o mundo em si. Nessa hora ele foi posto a prova.Vamos analisar rapidamente sua trajetória: depois de mais de 1 ano apenas fechado a universidades, crescendo em funções e opções para poder deixar na internet o perfil mais próximo de quem a usa, de quem tem uma conta neste site, ele já havia amadurecido o suficiente para ser posto fora do mundo de campus e universidades. De grande sabedoria foi colocá-lo fora daquele universo.

Amadurecido o suficiente, só bastou crescer e acompanhar seu crescimento de acordo com a demanda de inscrições no mundo. Hoje é um exemplo de sucesso nas redes sociais.

São mais de 800.000.000 ( 800 milhões) de usuários inscritos nesta rede não parando de crescer. O quão ameaçador pode ser para outras empresas do ramo seu site ter mais de 800 milhões? Vamos a mais uma simples análise.

Sites da internet hoje ganham dinheiro com algo bastante conhecido que existia bem antes dela: anúncios. Quanto mais pessoas, usuários acessarem seu site que tem no mesmo anúncios, mais a chances de um clicar nesse anúncio, na qual é remetido através de 1 clique dinheiro tanto para o anunciante quanto para  quem hospeda esse anuncio ( nesse caso o site ). Vamos agora calcular o quão importante é ter uma grande quantidade de usuários em seu banco de dados: digamos que cada clique em um anúncio seja retornado para quem abriga o mesmo um dinheiro de 0,10 centavos. Se nesse anúncio tiver sido clicado exatas 800 milhões de vezes quanto você vai ganhar com isso?

1 clique = 0,10 centavos

800000000 cliques = x centavos

Regra dos três

1                 = 0,10

800000000 = x

x = 800000000.0,10

x = 80000000 centavos

Se 100 centavos equivalem a R$ 1, então convertemos esse valor em centavos para obter o lucro em reais bastando dividir por 100.

Valor final = R$ 800 000

Viu agora a importância de termos uma boa e gigantesca base de usuários em seu site? Por isso hoje a internet e vista como fonte de riqueza não bastando muito esforço para obter tal dinheiro. Voltando a falar de redes sociais a Google tinha apenas uma: o Orkut. Todos sabemos que o Orkut só pegou o gosto para Brasileiro e Indianos em relação ao mundo todo.Uma micharia em relação ao concorrente Facebook.

Agora mais do que ficar rico com com anúncios e saber exatamente quando ou qual o tempo ou momento mais favorável para aquele anúncio aparecer e assim ter mais chances de ser clicado. Para isso o Facebook não fica lendo emails sem sua permissão, ele usa de algo que tem desde o início: sua interação social com outros usuários na rede. Você quando se inscreve nela também fornece uma série vasta de informações pessoais que podem ajudar nos algoritmos de calculo para divulgação de anúncios. O Facebook te conhece mais do que imagina, mas para isso foi preciso você estar nele.

Hoje os tempos são diferentes, onde o que importa para muitos é comunicar-se com seus amigos, familiares, conhecidos. Há vários meios para executar essa tarefa: seja por um tweet via Twitter ou num post no mural de alguém via Facebook. A Google demorou para perceber isso, mas percebeu.

O que a imagem acima lhe lembra? Sim. Este é a nova arma, a reação da antiga dominadora da internet: o Google Plus. Vamos recapitular rapidamente o que falamos até agora.

Com o crescimento do Facebook, a Google começou a se sentir ameaçada como empresa. Logicamente nenhuma empresa oferece na internet tantos serviços de forma gratuita, bastando apenas fazer sua inscrição para poder usufruir destes. Mas o tempo que os usuários passavam usando seus serviços começou a diminuir, crescendo a mesmo ritmo para o Facebook. A Google precisava tomar uma atitude ou estava fadada a ficar obsoleta num mundo onde a novidade ou o popular dominava na internet.

Este era o terreno fértil para o nascimento do Google Plus. Mas quem se lembra do Google Wave? Um serviço muito próximo de uma rede social que unia todos os serviços da empresa em um único lugar. Um  fracasso. Temos também o Google Buzz, oferecendo um serviço que rivalizava com o crescente uso do MSN Messenger da Microsoft. Outro Fracasso. A Google ficou vista como uma empresa de códigos frios, não tendo sucesso em serviços sociais. Ela precisava arriscar, precisava trazer de volta seus usuários perdidos. Precisava acertar um alvo no escuro. E acertou de certa forma.

Ela entendeu que agora o que o usuários mais prezavam era a interação social. Ela não tinha um serviço deste porte disponível e duas tentativas anteriores haviam fracassado. Nessa hora ela foi contra tudo e todos e lançou algo que hoje se mostra mais do que uma tendência, é o futuro: um componente social.

Poucos já ouviram essa palavra por ai, mais ela vai se tornar corriqueira. O que é um componente social? Explicarei a vocês. Componente social é apenas um serviço social que pode ser integrado a outros serviços. Essa é a função principal do Google Plus: ser um componente social.

Quando o Google Plus foi lançado, sendo possível ter acesso a ele apenas através de convites, oferecia as mesmas funções básicas que uma rede social atualmente tinha, mas com uma diferença: foco para só e somente a interação social. Seu conceito de círculos não era inovador, mais o modo como a Google focou nessa função foi admirável. Poder não somente compartilhar com todos mais para pessoas em específico. Quando nos comunicamos um com o outro agimos da mesma forma: a certas coisas que devemos contar  e agir a pessoas ou grupos em específico. Outra "novidade" foi a possibilidade de você mesmo ter total controle sobre o que de suas informações devem ser mostradas na rede, independente de serem amigos, visitantes ou para o público em geral. Sua única novidade que nenhuma rede social tinha e até agora não tem é o recurso Hangout: poder conversar com pessoas naquela rede social via videochat com até 8 pessoas ao mesmo tempo. Foi algo bem inovador.

Parece que dessa vez a Google acertou. Passou várias semanas fechada, sendo possível apenas acessá-la através de convite. Durante esse tempo, com a ajuda dos usuários dando milhares de feedbacks, ela pode amadurecer um pouco. Dia 20 de Setembro ele foi liberado para o público em geral. Logo após outros serviços da Google começaram a se unir a trabalhar juntamente com ele: Gmail, Docs, Reader, Blogger, Picasa, Youtube...

Essa é a nova tendência: união de serviços. Logo após o sucesso inicial e explosivo do novo serviço social da Google, o Facebook, de uma forma meio que desesperada começou a realizar alterações na rede, mudando funções, mudando o layout. A última alteração, que foi de certa forma bem drástica foi o a implementação do recurso Timeline (Linha do tempo em português).

O Facebook começou a andar neste mesmo caminho iniciado pela Google. A Microsoft também começa a postar nessa tendência, lançando no Fuse Labs o SoCl, sendo esta o 2ª componente social lançado na internet. Com funções são parecidas com a de uma rede social: ela age tendo como motor principal as buscas feitas no seu próprio Buscador Bing (que de certa forma foi uma boa jogada, forçando o usuário a utilizar o buscado para poder realizar alguma interação social, achando assim outros usuários de interesse em comum além de ajudar nos filtros de busca do serviço).

Uma nova tendência surge e as empresas estão acreditando na consolidação da mesma a ponto de poder apostar nela. Essa é a nova internet.

Obs.: Todo o conteúdo escrito neste artigo tem como autor eu próprio ( Frank Wyllys Cabral Lira ). As imagens não são minhas e só tive acesso a elas através de buscas no Google Imagens.